Por Sérgio Bernardo
Pode ser no banco da
praça, mergulhado no caos do trânsito, olhando para o nada. Pode ser na
cozinha, correndo da pia ao fogão, preparando o almoço. Pode ser no ônibus
lotado, espremido entre os outros corpos, indo à luta. Pode ser em qualquer
lugar, tanto faz a circunstância, não importa o verbo de ação. O poema quando
chega não faz cerimônia, não pede licença. O poeta sabe disso. A poesia não tem
hora certa pra nascer. A única certeza é que não morre nunca.
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