sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Parto

Por Sérgio Bernardo



Pode ser no banco da praça, mergulhado no caos do trânsito, olhando para o nada. Pode ser na cozinha, correndo da pia ao fogão, preparando o almoço. Pode ser no ônibus lotado, espremido entre os outros corpos, indo à luta. Pode ser em qualquer lugar, tanto faz a circunstância, não importa o verbo de ação. O poema quando chega não faz cerimônia, não pede licença. O poeta sabe disso. A poesia não tem hora certa pra nascer. A única certeza é que não morre nunca.


Nenhum comentário :

Postar um comentário