Por
Érika Batista
Não
se pode dizer que sou assim uma Helena
Tampouco
se nega que de presença estou plena
Meus
olhos não são de miosótis, ônix ou astro qualquer
Meros
espectadores, tem a cor sem importância
Dos
sobretudos de detetives em atenta vigilância.
Cabelos
não tenho de nobre madeira ou metal
De
fogo, mui menos – mas de ferocidade animal.
Nariz
reto de grega ou de judia aquilina?
Longe
de mim! Meu nariz é de menina,
Arrebitada
bolinha.
Minha
pele tem cor de livro
Rubi
– cereja – botão? Não!
Tenho
lábios de páginas – inclusive na coloração.
Pézinhos
de meia-irmã de Cinderela
Não
contribuem pra me fazer bela.
Mãos,
sim, de tocador de piano
Mas
unhas, tão tortas, não seguem o plano.
Meu
corpo, embora não seja de “Miss”
É
de brasileira e eu estou feliz.
São
cérebro e língua que me dão grand-finale
E com quaisquer críticas não há quem me abale.
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