Por Oswaldo Antônio Begiato
E lá no começo da alegria,
Dengosa, aparecia Maria:
– A Rita que se ria toda e se ia
Do começo da poesia
Até o fim da ousadia
Quando amanhecia,
Quando era meio dia,
Quando entardecia.
Só não se ria toda Maria,
– A Rita de todas as horas do dia –
Quando anoitecia.
Quando inesperada, anoitecia,
De mãos níveas e dadas
Com a solidão que queria
Maria se transformava
Em borboleta frágil e vivia,
O voo cego da rebeldia,
No colo quente onde ardia
A solidão que lhe queria.
Era feita de casas, de asas
De brasas, de lágrimas rasas.
A solidão a embalava com destinos:
– Parecia Maria, a outra, sem desatinos,
Embalando, com maternidade, o Menino
Na manjedoura dos desencontros.
Era tudo o que de bom se via.
Era o sabor agridoce da vida.
Era Maria, a Rita da poesia.
Era a poesia, de Maria Rita.
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