domingo, 15 de julho de 2018

Maria Rita

Por Oswaldo Antônio Begiato




E lá no começo da alegria,
Dengosa, aparecia Maria:
 A Rita que se ria toda e se ia
Do começo da poesia
Até o fim da ousadia
Quando amanhecia,
Quando era meio dia,
Quando entardecia.


Só não se ria toda Maria,
 A Rita de todas as horas do dia 
Quando anoitecia.


Quando inesperada, anoitecia,
De mãos níveas e dadas
Com a solidão que queria
Maria se transformava
Em borboleta frágil e vivia,
O voo cego da rebeldia,
No colo quente onde ardia
A solidão que lhe queria.


Era feita de casas, de asas
De brasas, de lágrimas rasas.


A solidão a embalava com destinos:
 Parecia Maria, a outra, sem desatinos,
Embalando, com maternidade, o Menino
Na manjedoura dos desencontros.


Era tudo o que de bom se via.
Era o sabor agridoce da vida.
Era Maria, a Rita da poesia.
Era a poesia, de Maria Rita.

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