quinta-feira, 16 de março de 2017

O banquete

Por Alexandre Faria


Floresta densa, mata fechada
Adentrei carregando o banquete
No chão, deixava um rastro
Passos arrastados marcavam a folhagem
Vermelho viscoso guiava ao local.
Cuidadosamente coloquei
Sobre o colo untado da terra
Uma oferenda de agradecimento.
Esperei tranquilo a chegada
Da fome à saciar-se
Toda a fauna cadavérica.
Pude ver o agir
Da força da vida sobre a morte.
Garantias vitais eu dispus
Recompensado sem almejar.
Oh vida, alimenta-se
Enquanto retribui-me
Com seu doce perfume.

 

Palavras não perecíveis para ouvidos carentes. Biólogo por profissão.
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