sábado, 11 de março de 2017

Kyoto

Por Meriam Lazaro




"Neste mundo, nunca sabemos onde e quando encontraremos uma joia caída do céu".


A bela Kyoto do período pós-guerra, início da ocidentalização no Japão, ainda com artesãos de kimonos e muito da sua tradição. Escrita límpida, raros adjetivos, descreve a natureza, costumes, sentimentos, de modo a nos transportar no tempo e no espaço.


Leitura deliciosa. Um dos meus livros prediletos há muito. Quando o li a primeira vez tinha uma edição de capa dura, bordô com letras douradas, comprado em banca de revista, da Editora Abril. Muitas leituras. Muito esquecimento. Que a memória guarda apenas o que quer. Lembrava da beleza. Lembrava da menina Chieko, admiradora das flores, criadora de grilos em um vaso.


A lembrança dos grilos cantantes se deve a uma experiência similar. Criação de gafanhotos numa caixa de sapatos. A tampa era aberta para os insetos respirarem. Saltavam todos. Até que me encantei com um gafanhoto especial. Olhava sério, parecia rezar, falar comigo. O Louva-a-deus curou-me a mania de colecionar voos em caixa.


Livro: Kyoto
Autor: Yasunari Kawabata
Editora: Estação Liberdade

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