Por Alexandre Faria
Porque uma bela flor de alma espancou de amor meu coração
Caminho nosso, mesmo e mesmo destino,
Vou de outono ou inverno
Apressado, nem branca neve derreteu,
Fui de botões fechados
Cheiro de flor não senti
Não esperei e não colhi
Ainda menos plantei,
Vida depois a ficar
Correndo, nesse ano parti
Só vinte e cinco dos meus
Com pressa não alcancei,
Dezembro rubro d'aurora polar
Trouxe sementes num bolso furado
Colhidas, feliz em outros janeiros
Sementes fecundas por toque de moça
Que bela flor cheirastes em final de primavera
Caminha também eu no meu bosque
Apressado semeio passados no frio
Fui só, depois e primeiro
Destino mesmo alcançamos,
De nós por nós, amor supremo!
Libertos enfim do asco de amar
Amar a nós e o sonhar
Sonhos nunca realizar
Palavras não perecíveis para ouvidos carentes. Biólogo por profissão.
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