sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Atletas

Por Mayanna Velame




Por duas semanas de agosto, a Cidade Maravilhosa tornou-se palco do maior evento esportivo mundial. Apesar da correria diária e dos contratempos, não pude deixar de assistir a alguns jogos e modalidades. Em certo momento vibrei, chorei, engasguei-me, gritei, xinguei. Enfim, reagi como qualquer torcedor. E, tudo isso, independentemente do resultado (favorável ou não).


A cada fim de partida ou luta, uma reflexão permanecia em minha mente: não é fácil ser atleta. Conviver com a derrota e a vitória não é tarefa para fracos.


Os atletas são movidos por desafios, atiçados pela superação, e desejosos de recordes. Sacrificar-se, então, é item necessário. Tal se sucede com horas de treino, alimentação balanceada, abstinência alcoólica, tratamento de lesões – sem contar os dias longe dos familiares e amigos.


Os verdadeiros atletas doam-se, gemem, transpiram, respiram e suspiram. Do olhar de decepção ao sorriso da glória, eles nos servem como exemplo de garra, força, foco e determinação. O equilíbrio entre o racional e o emocional podem lhes garantir a tão sonhada vitória, o lugar mais alto do pódio.


Também em nossa vida, somos desafiados. Dia após dia. Como os atletas, algumas vezes somos colocados em quadras, campos e tatames. Lutamos, perdemos, ganhamos. Criamos jogadas, saltamos barreiras, golpeamos nossos inimigos.


Nós não somos esportistas profissionais, munidos de corpos perfeitos, com músculos bem definidos e tonificados. Jamais seremos como Bolt, Phelps, Zanetti ou Simone Biles. Em nossa olimpíada diária, somos verdadeiros campeões quando ofertamos nosso perdão. Somos vencedores a cada ausência desbravada, a cada vontade de recomeçar o que parece perdido. Somos competidores. A vida cobra decisões; em que o tempo nos sucumbe, ou transfere-se como um aliado.


Nossa medalha de ouro é conquistada assim: na não desistência de viver a vida, com suas alegrias e deslizes, quedas e realizações.

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