Por Mayanna Velame
Por
duas semanas de agosto, a Cidade Maravilhosa tornou-se palco do maior evento
esportivo mundial. Apesar da correria diária e dos contratempos, não pude
deixar de assistir a alguns jogos e modalidades. Em certo momento vibrei,
chorei, engasguei-me, gritei, xinguei. Enfim, reagi como qualquer torcedor. E, tudo
isso, independentemente do resultado (favorável ou não).
A
cada fim de partida ou luta, uma reflexão permanecia em minha mente: não é
fácil ser atleta. Conviver com a derrota e a vitória não é tarefa para fracos.
Os
atletas são movidos por desafios, atiçados pela superação, e desejosos de
recordes. Sacrificar-se, então, é item necessário. Tal se sucede com horas de
treino, alimentação balanceada, abstinência alcoólica, tratamento de lesões – sem
contar os dias longe dos familiares e amigos.
Os
verdadeiros atletas doam-se, gemem, transpiram, respiram e suspiram. Do olhar
de decepção ao sorriso da glória, eles nos servem como exemplo de garra, força,
foco e determinação. O equilíbrio entre o racional e o emocional podem lhes garantir
a tão sonhada vitória, o lugar mais alto do pódio.
Também
em nossa vida, somos desafiados. Dia após dia. Como os atletas, algumas vezes
somos colocados em quadras, campos e tatames. Lutamos, perdemos, ganhamos.
Criamos jogadas, saltamos barreiras, golpeamos nossos inimigos.
Nós
não somos esportistas profissionais, munidos de corpos perfeitos, com músculos
bem definidos e tonificados. Jamais seremos como Bolt, Phelps, Zanetti ou
Simone Biles. Em nossa olimpíada diária, somos verdadeiros campeões quando
ofertamos nosso perdão. Somos vencedores a cada ausência desbravada, a cada vontade
de recomeçar o que parece perdido. Somos competidores. A vida cobra decisões;
em que o tempo nos sucumbe, ou transfere-se como um aliado.
Nossa
medalha de ouro é conquistada assim: na não desistência de viver a vida, com
suas alegrias e deslizes, quedas e realizações.
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