sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Sentados à mesa

Por Mayanna Velame
 
 


Definitivamente, acho sagrado o momento de qualquer refeição. É por isso que gosto da hora do almoço nos dias de domingo. Porque toda a família tem a oportunidade de reunir-se e sentar-se à mesa – desprovida de qualquer preocupação que a semana trouxe.
 
Até mesmo um lanche rápido, com alguns amigos num shopping, não deixa de ser um evento singular. Visto que oferecemos alguns minutos da nossa atenção e companheirismo.
 
Penso também que estar à mesa nos remete a algo extremamente social já que, muitas das vezes, precisamos ter uma dose de etiqueta e bom comportamento.
 
Temos a chance de colocar as conversas em dia, discutir os mais variados assuntos, falar do mundo e dos fatos mais importantes e banais.
 
O ato de sentar-se à mesa é especial. Não apenas pelo motivo de termos o que comer e beber. Mas pela circunstância de termos, ao nosso redor, as pessoas que convivemos e amamos. É uma ocasião que simboliza união e celebração.
 
Talvez seja essa a causa que sempre me fez refletir sobre a passagem bíblica que relata a Santa Ceia de Cristo (episódio maior do Cristianismo). O Filho de Deus jamais poderia deixar de compartilhar sua última refeição com os doze apóstolos; homens comuns que acompanharam dia a dia seus passos aqui na Terra.
 
Cristo poderia se isolar de tudo e de todos, antes da sua morte e ressurreição. No entanto, Ele fez questão de socializar, ao redor de uma mesa, os acontecimentos que muito em breve iriam suceder. Proferiu sobre o futuro traidor, desencadeando uma série de contendas entre seus discípulos. E, por fim, fez referência ao pão e ao vinho – em memória de seu nome.
 
É, leitor, quando estamos sentados à mesa, muitos eventos podem acontecer: pedidos de casamento são feitos, negócios são realizados, taças são erguidas no ar, confissões são ouvidas, olhares se encontram e crônicas podem ser escritas.

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