Por Meriam Lazaro
Quase humanos, o cão, o gato, integram álbuns de fotografia de família. Segundo especialistas, eles têm memória recente, além da evolutiva que lhes dá o instinto.
Cães passeiam nos carros, orelhas ao vento. Caminham e correm em parques, praças, praias. Vão aos consultórios, estéticas. Gosto de ver seus donos cuidadosos, com saquinhos a postos, sempre que os veem se agacharem na grama de modo suspeito. Há os que trabalham profissionalmente como guias de cegos, auxiliares de polícia em aeroportos, segurança de ambientes. Logo teremos o sindicato dos cachorros.
Gatos, apesar da fama de serem arqui-inimigos dos cães, convivem bem com estes quando criados juntos. Não são de puxar-saco dos humanos, mas, quando (e somente quando) querem, sabem seduzi-los a favor de interesses felinos. Independentes, se não são os donos do mundo, com certeza são os donos da casa. Mas não se preocupe! Você terá a permissão de continuar morando com eles, afinal, apreciam ambientes limpos, ração renovada, pelo escovado, além de pequenas manias como se esfregar em sua roupa na hora de você sair para o trabalho, tomar água direto da torneira e que alguém acorde de madrugada para subir a persiana. Hora de meditar observando os pássaros.
A outros animais, no entanto, quero render homenagem aqui. Animais aos quais devemos muito de nossa evolução. Submetidos por anos e anos a tratamento desumano (até porque são animais), vivem para o nosso bem estar. Na verdade não gostaria de me deparar com um deles na minha porta. Seria capaz de subir pelas paredes e andar de ponta cabeça pelo teto! Levam choques, repetem caminhos por labirintos, ficam sem dormir, correm em círculos. Tudo por um pedacinho de chocolate. Nossos padrões de hábitos e recompensa são estudados assim. Se o caminho da cura nos foi apontado para muitos padecimentos, devemos em parte a estes mais humildes seres. Ratos. De longe, a eles minha maior estima.
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