Por
Rosimeire Soares
Ema Silva é uma mulher contemporânea,
dotada da dinâmica necessária para uma fêmea neste tempo e espaço. Depois de
conquistar o diploma superior, aliou-se
com a aliança matrimonial e fez jus às conquistas: tornou-se mãe. Esposa, mãe,
profissional.
Ema Silva é nome fictício, mas mulheres
contemporâneas como ela existem milhares. Elas são poéticas ao se configurar e
reconfigurar-se a cada exigência seja do cônjuge, filhos, família, trabalho e
sociedade.
Mulheres que ostentam orgulhosas as
suas conquistas e sua força para mantê-las. São submetidas a olhares
criteriosos os quais, com extrema rigidez, as condenam sem julgá-las. Onde está
a perfeição? Elas falham? Tal surpresa, vinculada às expectativas, revela que
as “conquistas” não são delas. As mulheres protagonizam, mas são apenas
espectadoras (quando são) de suas vidas.
As Emas precisam ser boas mães e
conferir isso no reflexo da educação de seus filhos. Precisam ser boas esposas:
sempre solícitas ao esposo, entender de futebol, angariar recursos para o
sustento da família e serem lindas. As Emas precisam ter pele bonita, unha bem
feita, cabelos sedosos e em forma de cachoeira que esbanja charme e frescor;
precisam estar em forma (boa forma), fazer dieta e manter um humor impecável,
precisam ser perspicazes na moda; precisam ser ardentes e fervorosas em sua
relação conjugal.
Manterem-se informadas e atualizadas no
mercado é mais uma obrigação das Emas. Elas precisam acompanhar tendências e
demonstrar (em primeira mão) intimidade com a tecnologia, sem desprezar os
costumes já instaurados.
As Emas são conquistadoras.
Conquistaram o direito de serem cobradas, avaliadas e rotuladas. Algumas
mulheres admitem que são a fragilidade; pois choram durante um filme e sorriem
mesmo nas adversidades da maternidade. Outras aceitam ser chamadas de
“gostosona” e subestimam sua própria capacidade cognitiva. Há também aquelas
mulheres que aceitam ser “amélias” e fazem da submissão seu lema de conduta.
Talvez até sejam felizes.
Mas é inegável: todas querem ser “Emas”.
Querem ser reconhecidas pela sociedade,
valorizadas pelos familiares e consagradas pela arte. Arte de cativar seu homem
a cada dia. Elas querem ter postura irrepreensível e surpreender o mundo
contemporâneo o qual elas constroem.
O
mais intrigante do universo das Emas é que elas decidiram a sê-lo. Ser Ema não
é ocasional, é consequência, é privilégio. É paradoxal. Ema Silva.
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