domingo, 20 de setembro de 2020

Incorrigível boemia

Por Oswaldo Antônio Begiato




os botequins
sempre abrem
abrem e fecham
fecham e abrem
os botequins
sempre
e sempre
e sempre...


e sempre há neles um cantor
com o sentimento ferido
e o coração rasgado
pelo cutelo do abandono
cantando e cantando e cantando
a canção que não se deixa findar


diferentemente de mim
que sou apenas um pobre ouvidor
e vivo reclamando da vida
horas e horas a fio
quase sempre embriagado
sentado à mesa amargurado
ouvindo e ouvindo e ouvindo
a canção que não pode se findar

Nenhum comentário :

Postar um comentário