sábado, 12 de setembro de 2020

Castiçais

Por Meriam Lazaro




Quero ser o amor sem dono
Sem que me olvide jamais.
Da vida, colher o pomo
E da paixão, temporais.


Quero mergulhar no sono
Das regiões abissais,
Ressuscitar o profano
De donzelas e missais.


Quero o sonho e catedrais,
A queda de muro alpino,
Que sobressaiam os vitrais
E o luminar divino.


Quero o impossível rumo
Das bandeiras e gerais,
Para o despertar soturno
De um tempo que se esvai.


Quero as cinzas deste inverno
Guardadas em castiçais,
Onde em plenilúnio eterno
Em meus braços tu estarás.

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