quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Adio

Por Daniella Caruso Gandra




Acorda-se às oito da matina
com a cabeça cheia, entupindo o dia.


Os afazeres se ocupam de todo o espaço.
A manhã transcorre como de hábito.


E o paladar, inalterado pelo café rotineiro,
apressado.


Durante o dia, aos goles de mais cafeína,
realizam-se as tarefas, feito máquina mortífera.


Mas, num dado momento,
numa pausa repentina, ao som de um repentista,
a cabeça lembra, parecendo roleta, de tudo o que já se quis um dia.


Daí, um abatimento se vivencia.
Por dar conta de obrigações comuns,
ignora-se o que em si faísca.


Adia-se vontades, sonhos, "chamados",
só para atender a regras de postergação.


E assim, o hoje será o amanhã,
o amanhã será o ontem, sem reprise,
apenas a sensação de dever cumprido
e o direito esquecido.

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