sábado, 3 de setembro de 2016

A vida privada das árvores

Por Meriam Lazaro




Terceiro livro do autor chileno, que eu li e amei ter lido. Um álamo e um baobá, de noite, quando ninguém está vendo, conversam sobre assuntos diversos: fotossíntese, esquilos, tatuagem na casca (pelos vândalos) e da alegria de não serem pessoas, animais ou blocos de cimento. Assim começa a história curta que um pai, ou melhor, o padrasto Julián, conta para Daniela dormir enquanto aguarda a mãe, Verónica. A espera angustiante faz com que aquele escritor de domingo desenvolva hipóteses para a ausência da mulher, e as explicações que dará à menina no dia seguinte. O estilo dinâmico, não linear, tão peculiar de Alejandro Zambra, faz com que desejemos ler toda sua obra. Em menos de cem dias, o primeiro casamento de Verónica com Fernando, pai de Daniela, chega ao fim. O escritor encerra a narrativa em menos de cem páginas, e o desfecho fica a cargo do leitor. Senti-me num dos contos de Cortázar em "Bestiário" sem entender bem qual seria o melhor final. Mas com uma diferença: ausência de frustração.


Livro: A vida privada das árvores
Autor: Alejandro Zambra
Editora: Cosac Naify

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