terça-feira, 16 de setembro de 2014

Ar

Por Denise Fernandes




Estávamos perto do ninho
e o grande abutre abriu suas asas
bem perto de nós
não parecia ter medo ou ódio
tinha o ar da plenitude,
como se tivéssemos tocado a campainha de sua casa.


Ainda lembrava que nós preferimos sempre
o vento das montanhas
Aquela quantidade demasiada de ar
nos atravessando
Tão diferente da Cidade aberta repleta densamente
rodeando nossos projetos


Você ainda não sabe onde pôr o carro e
falta pouco
para que abandonemos o veículo
em qualquer congestionamento.
Você me diz que falta Ar na Cidade.
Te digo que também falta Água.
E não sabemos mais o que fazer por aqui.


Quando você me abraça, me respira
para não sufocar.
Quando te beijo, te respiro.
Somos Ar.

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