domingo, 16 de fevereiro de 2014

Inglória

Por Oswaldo Antônio Begiato
 
 


                Quando eu me encontro comigo mesmo
                Dentro de minha consciência,
                Acontece ali um duelo de vida e morte
                Entre minha alma boa e meus ímpetos ruins,
                Onde não há vencedor, apenas extenuado.

                Preciso criar coragem e perder o escrúpulo.
                Aprender a lutar comigo mesmo buscando a paz
                Escondida no equilíbrio do bem e do mal,
                Como se eu fosse dois usando a mesma armadura.

                Há males que vêm para o bem; a derrota.
                E há bens que vêm para o mal; a vitória.
                Até aonde vencer uma batalha é coisa boa?

                O sol hoje vai nascer às seis e trinta e três
                E se pôr às dezoito e trinta e seis.

                Recolherá pela manhã com seus braços de calor
                O orvalho que a noite deixou esgotado sobre as folhagens,
                E ao se pôr à tardinha devolverá à noite
                O orvalho, agora purificado, forte e apaixonado
                Para se cumprir mais uma rotina:
                - Amar com seu frescor a noite que se encherá de estúrdia.

                Quem sabe eu me encontrarei na busca inglória do aprumo!
                Tenho desde o nascer até o pôr do sol para descobrir meu eixo.

                É dessas coisas que meus dias são extraídos. Santamente extraídos.


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