Por Mayanna Velame
Todo mundo pode ser o
que quiser no carnaval: pirata, marinheiro, odalisca, gênio da lâmpada mágica,
diabo, bailarina e por aí vai. Talvez nisso resida a graça dessa festa popular
– sair em bloco, cantarolando marchinhas e trajando fantasias de todos os
tipos, modelos e gostos. Sem dizer daqueles foliões que saem mascarados, satirizando
celebridades, políticos corruptos, atletas e outros personagens diários.
Todo carnaval é assim,
uma mistura de alegria e tristeza. Alegria porque o povo se esbalda durante os dias
de folia. Tristeza porque todo carnaval chega ao fim (metáfora da nossa
felicidade instantânea).
É assim que se compõe a
vida. Há momentos em que as alas da alegria estão abertas. A bateria do coração
batuca em sintonia compassada, com um enredo que satisfaz os ouvidos. Tudo é
festa, nossos sonhos parecem ladeados de serpentinas, confetes e purpurinas.
Qualquer alegoria é pouca para expressar o quanto estamos felizes.
No entanto, os ventos
com seus uivos desafinados, nas circunstâncias da vida, de vez em quando
desfilam na passarela da nossa essência. Retira de nós o cintilar do sorriso –
a nossa comissão de frente. Sopram para longe as fantasias que carregamos
dentro de nós.
A avenida da vida se
comporta desse jeito. Somos sambistas, que ora dançamos no ritmo certo, ora
tropeçamos em nossos próprios erros. Não evoluímos como pessoas, não nos
empolgamos com a rotina, não nos alegramos com os resultados.
Esses são os
carnavais da vida. Saibamos seguir em frente, não olhando para as cinzas deixadas
para trás. O importante é nunca perder de vista o estandarte da perseverança, da
apoteose, para quem deseja viver nos bailes daquilo que nomeamos de vida.
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