sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Carnavais da vida

Por Mayanna Velame
 
 


Todo mundo pode ser o que quiser no carnaval: pirata, marinheiro, odalisca, gênio da lâmpada mágica, diabo, bailarina e por aí vai. Talvez nisso resida a graça dessa festa popular – sair em bloco, cantarolando marchinhas e trajando fantasias de todos os tipos, modelos e gostos. Sem dizer daqueles foliões que saem mascarados, satirizando celebridades, políticos corruptos, atletas e outros personagens diários.

Todo carnaval é assim, uma mistura de alegria e tristeza. Alegria porque o povo se esbalda durante os dias de folia. Tristeza porque todo carnaval chega ao fim (metáfora da nossa felicidade instantânea).

É assim que se compõe a vida. Há momentos em que as alas da alegria estão abertas. A bateria do coração batuca em sintonia compassada, com um enredo que satisfaz os ouvidos. Tudo é festa, nossos sonhos parecem ladeados de serpentinas, confetes e purpurinas. Qualquer alegoria é pouca para expressar o quanto estamos felizes.

No entanto, os ventos com seus uivos desafinados, nas circunstâncias da vida, de vez em quando desfilam na passarela da nossa essência. Retira de nós o cintilar do sorriso – a nossa comissão de frente. Sopram para longe as fantasias que carregamos dentro de nós.

A avenida da vida se comporta desse jeito. Somos sambistas, que ora dançamos no ritmo certo, ora tropeçamos em nossos próprios erros. Não evoluímos como pessoas, não nos empolgamos com a rotina, não nos alegramos com os resultados.

Esses são os carnavais da vida. Saibamos seguir em frente, não olhando para as cinzas deixadas para trás. O importante é nunca perder de vista o estandarte da perseverança, da apoteose, para quem deseja viver nos bailes daquilo que nomeamos de vida.
 

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