Por Rosimeire Soares
Não
tenho tempo. Como possuir o tempo se ele não é meu? Realmente não tenho o tempo.
Aquele que insiste e quer possuí-lo pode ser agraciado, mas torna-se plasmado,
isto é, não realiza nada, pois o tempo é empecilho; ele atrapalha a realização
das atividades diárias, atrapalha o pensamento e a reflexão. Quem tem o tempo
precisa administrá-lo e ele é exigente demais. Ele não permite nem mesmo que se
exerça a fé prescrita nas Escrituras.
Quem possui o tempo não consegue fazer mais
nada, pois o tempo não deixa: os minutos são badalados um a um, as horas são
esticadas, os dias vagarosamente marcados, os anos são seculares e os séculos,
milenares. O tempo é pirracento, genioso. Ele quer exclusividade. É muito
difícil ter tempo e ainda assim conseguir viver.
Para
quem desiste de ter tempo, restam as ações, a perseverança, os sonhos, a fé.
Essas pessoas ocupam o espaço, destinado ao tempo, com desejos, lutas e
realizações. Para quem não tem tempo os minutos são imperceptíveis, as horas
são estranhamente curtas, os dias cíclicos demais (volta rapidamente ao mesmo
ponto), os anos são levemente tocáveis e os séculos podem ser pouco para tantas
realizações.
Não ter tempo é ser dono da própria vida e não
dar lugar à preguiça, é exercício de essencialidade! Quem não tem tempo é
produtor de sonhos, de discussões, de conquistas e mudanças. Quem não possui tempo está disposto a
aprender, pois o princípio do aprendizado é abrir mão de ver o tempo passar.
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