Por Sérgio Bernardo
Esvaziei os bolsos das
inutilidades do dia,
minhas chaves hoje brilham
nos monturos,
todas as portas estão
abertas ao vento e ao sol,
o coração destrancou-se
como caverna.
O pulso já não carrega no
relógio
o peso das horas dos meses
e dos séculos.
Os pés libertaram-se para
o devagar,
não correm mais atrás das
sombras da rotina.
Os olhos se fecharam para
as regras de gramática,
só decodificam as imagens
das nuvens e das árvores.
O pensamento desaprendeu a
ortografia nova
como quem despeja no lixo
as cascas das frutas,
ficou apenas o sentido
primitivo das palavras
com a alegria simples de
uma dança tribal.
No quintal o cimento foi
inaugurado com ervas,
as flores agora semeiam
mosaicos na varanda,
dentro de casa espano a
dor de cima das coisas,
as janelas atiram
claridade nos aposentos,
minhas mãos sopraram a
poeira dos livros
e hoje as páginas contam a
fábula do universo.
sempre chega um dia, um momento em q acaba a pressa, a gt para d correr atrás do q o mundo quer da gt...aí parece q o mundo volta a girar no ritmo certo, e só saímos do lugar qdo paramos c a correria p ser o q não somos...
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