Por Sérgio Bernardo
as tartarugas do Jardim da Alameda
na cidade de Faro
pegam sol
mergulham
esquadrinham o chão do tanque
voltam à tona para respirar
não consta que percam minutos
a esperar os trens
nem percam tempo
a esperar soluções
nem percam a vida
a esperar
tartarugas felizes
mesmo na sua água fria:
não tentam curar tosses
não pedem milagres
não temem a morte
(quando morrem
como aquela de borco
nem dão por isto)
deus algum as julgará
nenhum céu
nenhum inferno
nada
os homens, sim, penam por serem homens
qual a vida mais sem razão?
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