sábado, 18 de abril de 2015

Eterna mente jovem

Por Meriam Lazaro




A manchete na capa da revista: “O amor não tem idade!”. Logo abaixo, a fotografia de uma atriz de quarenta e oito anos de idade (e seu companheiro). O detalhe é que, não fosse a extensa filmografia, à atriz não daríamos nem trinta e três, idade do seu jovem marido. Nem tão jovem assim... Casados há cinco ou seis anos, certamente foram protagonistas de várias manchetes dessa natureza.


Alguns homens do lado de lá da mídia, ou do lado de cá, costumam trocar uma mulher de quarenta por duas de vinte. Algo assim, dizem. Algumas mulheres buscam a igualdade em atitudes semelhantes. Nada demais.


Por outro lado, mesmo os que vivem da imagem, não deixam passar em branco um falso elogio. Em entrevista para a televisão local, um ator ficou ofendidíssimo após o comentário da entrevistadora: “Setenta anos? Ah, é jovem!”. Ele, acostumado a esmiuçar textos, respondeu que ser chamado de jovem, aos vinte e cinco anos, é normal. Depois disso, é ser tratado como retardado. Esta, a ideia. Outras, as palavras que já não lembro.


Somos muito sensíveis à idade. Não é sem motivo que as indústrias de cosméticos prosperam. Fotografam meninas de treze anos para vender seus produtos. Nas clínicas estéticas, de tanto serem repuxados, os olhos ficam totalmente verticalizados. Mas as plásticas não conseguem disfarçar tudo. A vaidade faz parte do ser humano – e é melhor ser vivida no físico do que virar arrogância na mente. Agora, cuidado ao contar as experiências... O ouvinte atento pode somar os anos facilmente!
 

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