quinta-feira, 23 de abril de 2015

Bodas osórias

Por Amilcar Neves*

 
 
Coube-lhe integrar a lista dos convidados de sábado para as Bodas de Ouro celebradas em Tubarão. Bodas de ouro, entre os Osórios, só se equiparam a aniversários de 21 anos. Ambas são consideradas pela inumerável família do Sul catarinense efemérides mais importantes do que nascimentos, batizados, festas de 15 anos e, mesmo, casamentos e funerais. O motivo é simples de entender: os 50 anos de qualquer casamento marcam uma afirmação categórica da força e da tenacidade osórias, com efusivas homenagens prestadas aos protagonistas, enquanto os 21 anos de idade de um Osório ou uma Osória proclamam sua entrada efetiva na idade adulta (o que significa assumir responsabilidades e parcelas de poder), depois de três anos como motorista habilitado e, ao menos, duas eleições como votante e, não raras vezes, também como votado.
 
O povo osório, como ninguém ignora, espalha-se por todos os municípios da Região Sul de Santa Catarina, e apenas ali eles vivem, todos, com duas únicas exceções: não há Osórios no município de Imaruí, onde eles não conseguem se estabelecer por não serem aceitos naquela comunidade sulina, e somente um dos seus membros radica-se com unhas e dentes fora daqueles domínios (em todos os sentidos do termo), para imensa consternação osória. Trata-se, este, do indivíduo de nome Manoel Osório, residente e domiciliado na Capital do Estado.
 
Mesmo sendo eles tantos e tão importantes, como efetivamente o são, nenhum deles, nem mesmo Manoel Osório, é jamais deixado de lado. E não foi diferente nas solenidades encomiásticas (palavra muito em voga quando casaram) dos 50 anos do matrimônio de Erecina Osória com Augustinho Osório.
 
Solenidades é o termo preciso para descrever a situação, pois que é impossível reunir todos os Osórios em um único lugar num único dia, e este tipo de comemoração (que, ultimamente, tem ocorrido numa média de uma por mês no seio do vasto clã osório) carece desenrolar-se em três, quatro e, até!, cinco dias.
 
Tocou a Manoel Osório, assim, ser convidado da lista de sábado em Tubarão, oportunidade que teve para admirar muitas primas que desconhecia, com várias delas comprazendo-se jubilosamente, e bastante admirou-se da quantidade de promissoras sobrinhas que lhe brota de todos os lados.
 
Preze a Deus que ele um dia nos conte tudo o que viu, ouviu e, em especial, tudo o que fez por lá naquela ocasião.

*Crônica publicada no jornal "Diário Catarinense" de 02.06.10

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