sábado, 29 de junho de 2013

Entre a Palavra e o Significado

Por Meriam Lazaro
 
 


                           Entre a espada e a parede
                           há arranjos de sombra e de contentamento.
                           Mescla de eternidade e de murmúrio
                           nas mãos de quem escreve
                           e ousa fantasmas caiados
                           para erguer da pedra,
                           em lança viva, a palavra.
                           Rubra-lágrima somente aos olhos daqueles
                           que com os anjos comungam sentimentos.
                           Paredes que ouvem do cotidiano
                           regência de flores, colibris e folhas,
                           disciplina e ilusão,
                           reverberando a vida em sintonia incrível.
                           Espadas que convertem o choro, quando a dor vacila,
                           em lampejos do sem tempo,
                           qual borboleta livre do casulo informe...
                           Entre a palavra e o significado
                           há vertentes caudalosas
                           de quem sente gotejar a vida
                           em intensidade e calma.
                           Depois, serenamente, persegue,
                           com ares de inocência o Amor não perecível.


5 comentários :

  1. Lindo poema! O poeta, com a magia das palavras, dissolve a sombra na parede em misteriosas nuances de sentimento. Abraço, Lisy

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    1. Lisy, grata pela presença aqui no Texto de Garagem. Convido a ler os demais colegas quando tiver um tempinho. Não irá se arrepender! Bom domingo! Meriam

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  2. Na voz da poeta as palavras não são só palavras nada mais do que palavras, elas fazem sentido e mesmo que arrancadas das pedras recebem polimento e transformam-se em poesia plena.

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    1. Grata, Zélia, minha amiga e irmã do coração. Este texto é antigo e quase não o reconheci como meu ao selecionar para publicação aqui no Texto de Garagem. Passa o tempo, a gente vai mudando a caligrafia, às vezes acontece um estranhamento. No entanto, depois de terminar a leitura vi que realmente era a minha letra. Beijo, Meriam

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  3. Amiga, este belo poema é a sua personalização. Vc é toda essa beleza descrita por vc mesma. Continue a escrever com essa facilidade singela e profunda que Deus Pai lhe deu. Beijos da Mariza

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