Por Mayanna Velame
Certa vez, eu estava dormindo numa
noite gelada em São Paulo ,
quando, de repente, senti uma vontade enorme de ir ao banheiro. Mesmo com uma
arrebatadora preguiça, levantei-me, segui sonolenta pelo corredor escuro. Até
que meus ouvidos escutaram um corpo minúsculo caindo ao chão. Meus olhos
cabisbaixos, imediatamente acordaram ao ver o ser que ali estava, com as
patinhas e o par de antenas balançando de um lado para outro sem cessar - uma
barata. Na hora pensei, será que este inseto estava dormindo comigo? Deus me
livre! Odeio e morro de medo de baratas.
Confesso que, naquela noite, não
consegui dormir. Fiquei pensando se outra barata viria me visitar. Perdi completamente
o sono. E a partir de então, comecei a ponderar de como um pequeno e
desprezível inseto fora capaz de tirar meu sossego durante a noite.
E são as pequenas coisas da vida
que fazem toda a diferença. Imagine só, a dor que uma pessoa sente no momento
em que a manicure, sem querer, retira a cutícula de sua unha sem pudor. Pense
na falta que um dente pode provocar na boca de uma pessoa, na hora da
mastigação. Sem dizer de uma calça jeans com seu zíper quebrado ou de uma blusa
na qual o dono perdeu um botão. O que seria de um pianista sem algumas teclas
de seu piano? Provavelmente sua melodia estaria incompleta.
A vida e suas minúcias. A vida e as grandezas das pequenas coisas.
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