sexta-feira, 14 de junho de 2013

Então, Amor

Por Mayanna Velame



Abri a janela do quarto, apenas com o intuito de ouvir melhor as gotículas geladas que desciam do céu. Melodia perfeita para quem tem saudade de amor. Interessante como nosso coração é palco de paixões ora avassaladoras, ora tímidas e inibidas.
Todos nós precisamos de amor. Contudo, não me refiro aos momentos que se resumem na entrega de dois corpos desenlaçados, em lençóis frios e surrados. Proclamo sim, o amor desbravador, corajoso, sem receio de navegar em mares de ondas gigantes e pungentes. Exalto o amor sublime, disposto a voar com você, não importa o tempo e o lugar.
Porque amor verdadeiro não dura apenas no verão, mas sobrevive ao inverno das circunstâncias e se exalta na primavera das conquistas e vitórias. Amor digno, não se sustenta em cifras e contas bancárias. Amor nobre soma e multiplica alegrias. Divide sonhos e subtrai os medos. É capaz de oferecer uma barra de chocolate, como se estivesse ofertando barras de ouro.
É desprovido de preconceito e vaidade. O beijo na boca nos leva à catarse e o toque das mãos é símbolo de amizade e respeito. Engana-se quem pensa que o amor está apenas escrito nas canções românticas, nos versos de Camões e Drummond, nas novelas de protagonistas utópicos.
O amor reside nas lágrimas que umedecem a face, no sorriso recíproco, na confiança inabalável. Do paladar salgado e amargo, retira o doce da arte da convivência. Acende as chamas adormecidas em meio à escuridão da noite.
De um amor assim, queremos. Pois, por ele não matamos, mas morremos. Amor, espada banhada pela esperança. Como poderíamos defini-lo?
Simplesmente, não há definição para ele. Já que, para o amor, vivê-lo intensamente nos torna únicos e diferentes do resto de todo o mundo.

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