Por Mayanna Velame
Abri a janela do
quarto, apenas com o intuito de ouvir melhor as gotículas geladas que desciam
do céu. Melodia perfeita para quem tem saudade de amor. Interessante como nosso
coração é palco de paixões ora avassaladoras, ora tímidas e inibidas.
Todos nós precisamos de
amor. Contudo, não me refiro aos momentos que se resumem na entrega de dois
corpos desenlaçados, em lençóis frios e surrados. Proclamo sim, o amor
desbravador, corajoso, sem receio de navegar em mares de ondas gigantes e
pungentes. Exalto o amor sublime, disposto a voar com você, não importa o tempo
e o lugar.
Porque amor verdadeiro
não dura apenas no verão, mas sobrevive ao inverno das circunstâncias e se exalta na primavera das conquistas e
vitórias. Amor digno, não se sustenta em cifras e contas bancárias. Amor nobre soma
e multiplica alegrias. Divide sonhos e subtrai os medos. É capaz de oferecer
uma barra de chocolate, como se estivesse ofertando barras de ouro.
É desprovido de
preconceito e vaidade. O beijo na boca nos leva à catarse e o toque das mãos é
símbolo de amizade e respeito. Engana-se quem pensa que o amor está apenas
escrito nas canções românticas, nos versos de Camões e Drummond, nas novelas de
protagonistas utópicos.
O amor reside nas
lágrimas que umedecem a face, no sorriso recíproco, na confiança inabalável. Do
paladar salgado e amargo, retira o doce da arte da convivência. Acende as
chamas adormecidas em meio à escuridão da noite.
De um amor assim, queremos.
Pois, por ele não matamos, mas morremos. Amor, espada banhada pela esperança.
Como poderíamos defini-lo?
Simplesmente, não há
definição para ele. Já que, para o amor, vivê-lo intensamente nos torna únicos
e diferentes do resto de todo o mundo.
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