domingo, 25 de abril de 2021

Penitente inamável

Por Oswaldo Antônio Begiato




Onde há cruz, não há manto.
Onde há manto, lança-se a sorte;
Pois o manto não se divide
(Ele é peça única, sem costura
e a ele dono único será dado).


Não padeço de males pequenos.
Meus males vão além do túmulo.
Vão além da esperança. Além do material.


Aqui jaz o corpo novo de uma alma velha.
Nunca amada, nunca amou
(Assim quero escrito, com letra de forma,
na minha pedra tumular).


Pois assim foi minha vida.
Que seja assim, também, minha eternidade.

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