Por
Meriam Lazaro
Sinto-me
fascinada pela literatura japonesa – mais especificamente pelo escritor
Yasunari Kawabata. Ontem chegou o livro, que li numa sentada (melhor dizendo, em
várias sentadas durante o dia). Tsurus são aves típicas do Japão e, pelo que
entendi, são primos-irmãos das cegonhas. Perdoem a ignorância botânica... Enfim,
são aquelas aves dos origamis. Por muito tempo, enfeitavam o único quadro que
eu tinha na parede: com galho, folha, flores e dois tsurus de madrepérolas.
Na
história, os tsurus estampam o lenço da candidata a casamento com Kikuji, o
protagonista. Apesar dos nomes impronunciáveis, os enredos do autor têm poucos
personagens – o que facilita a compreensão. Os cenários são mais internos desta
vez; com a trama se desenvolvendo em casas de chá ou em residências. Há
descrições de cerimônias do chá, com determinados tipos para cada cerâmica.
Nada cansativo. Pelo contrário, queria saber mais. O escritor se aprofunda
mesmo é nas emoções humanas. O luto, a raiva, a vergonha, o repúdio e a atração
pelo que está embaixo do comportamento aceito socialmente.
"Kyoto"
foi meu primeiro amor nas letras japonesas (traduzidas, é óbvio), mas "Mil
Tsurus" cativou-me de forma aguda. O final das histórias de Yasunari são
surpreendentes; com espaço para a imaginação do leitor. Na verdade, tudo neste autor
– agraciado com o prêmio Nobel de literatura em 1968 – me surpreende e encanta.
Livro:
Mil Tsurus
Autor: Yasunari Kawabata
Editora: Estação Liberdade
Autor: Yasunari Kawabata
Editora: Estação Liberdade
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