sábado, 21 de janeiro de 2017

Alice Através do Espelho

Por Meriam Lazaro




Desta feita, Alice arrisca-se no outro lado do espelho. Encontra rei, rainha, flores falantes. Aparecem, aqui, a rainha vermelha e a rainha branca; além de outros personagens. O autor usa um jogo de xadrez, que se desdobra num grande tabuleiro. Este é o novo mundo desbravado pela corajosa menina. A história começa dentro de casa, de onde Alice observa a gata Dinah (cujas peripécias foram relatadas desde "Aventuras no País das Maravilhas") dar "banho" em duas gatinhas: uma preta e outra branca.


A relação tempo/espaço ainda é explorada; com um maior destaque à velocidade. Intrigantes questões sobre identidade também são registradas em suas páginas. Gostei mais dessa história; talvez pela familiaridade recém-adquirida com o mundo de Carrol, que me reavivou o antigo desejo de aprender xadrez. O final do livro é delicioso para quem curte... Ah! Hã! Não vou dizer.


Toda a obra traz versos do escritor – e de outros poetas citados no rodapé. O poema inicial mostra como surgiu a ideia do primeiro livro, deixando um toque de adeus à amizade entre o autor e a verdadeira Alice:


"Um conto iniciado outrora,
Sob o sol tépido do verão
Mera cantiga, que apenas marcava
O ritmo de nossa embarcação
Cujos ecos na memória persistem
E ao desafio dos anos resistem.


Vem ouvir, antes que uma voz inevitável,
Portadora de amargo presságio
Venha chamar para o leito indesejável
Uma donzela contristada!
Somos só crianças crescidas, querida,
Inquietas, até que o sono nos dê guarida".


O filme que conheço é a versão com Johnny Depp. Uma mistura muito, muito louca das duas obras. Não me agradou tanto quanto o visual. A continuação é centrada em "Alice Através do Espelho". Quero ver.


Fica a dica de uma das mil maravilhas da literatura. Trabalho instigante, enigmático e capaz de despertar múltiplas interpretações em cada leitor, a cada leitura.


Livro: Alice Através do Espelho
Autor: Lewis Carrol
Editora: Zahar

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