sábado, 26 de novembro de 2016

Trio calhamaço

Por Meriam Lazaro




Indico, dessa vez, o trio calhamaço. Considero calhamaço uma obra acima de 500 páginas. Normalmente escritos numa época em que não havia a indústria do entretenimento (como há hoje). Alguns publicados em periódicos e, só depois, reunidos numa publicação. É bom lembrar que, muitas vezes, as histórias eram escritas à mão, no decurso de anos. A numeração não indica ordem de preferência.


1. Guerra e Paz – Leon Tolstói
2. O Idiota – Fiódor Dostoiévski
3. Norte e Sul – Elizabeth Gaskell


“Guerra e Paz” é um dos que mais assusta quem ainda não o leu. Assusta pelo tamanho e, creio eu, também pelo título – que nos leva a pensar numa descrição infindável de atos de batalha. É lindo. É Tolstói.


“O Idiota” me fez querer ler outro calhamaço: Dom Quixote (leitura em andamento), um dos livros preferidos de Dostoiévski. Há pessoas que o releem anualmente. Nesse sentido, ainda procuro meu suprassumo. O personagem principal, príncipe Míchkin, seria uma mistura de Jesus Cristo e Dom Quixote. O final da história é belíssimo!


Identifiquei-me muito com “Norte e Sul”, a começar pelo título. Aborda o início da revolução industrial numa pequena cidade ao Sul da Inglaterra, que vivia da fabricação de tecidos de algodão. O autor descreve a mazela dos trabalhadores e as primeiras greves. Margaret Hale, a protagonista, sai com sua família do Norte (verde e aristocrático) para o Sul (malvisto pela ganância das indústrias, que tornavam a paisagem cinza e feia). O trabalho é, para mim, o condutor da vida. Digo isso num sentido amplo de ocupação: atividade dentro e fora de casa, estudo, hobby. Quem sabe ainda volto à faculdade para concluir meu curso de Terapia Ocupacional. Enquanto isso, me ocupo com outras formas de lavor, entre elas, o prazer da leitura.

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