Por Mayanna Velame
Folheando
um livro de Geografia do meu tempo de escola, deparei-me com um capítulo dedicado
ao vento. Logo no primeiro parágrafo, surgiu a definição: “O vento é o ar em movimento”.
Se
até a natureza se movimenta, imagine você, leitor! Melhor que entender o
conceito de vento, é conhecer alguns dos tipos existentes. Comecemos, então,
pelos ventos constantes. Estes partem dos trópicos para o Equador; ocasionando
chuvas em virtude da umidade. Em nossa vida, eles são as contas que aparecem no
fim do mês: o cartão de crédito, a cobrança da água, da luz, do telefone, a
compra suada no supermercado (sem mencionar o salário e nossas economias, que somem
rapidamente).
Outro
vento presente é o periódico. Como exemplo, temos as brisas. Encontradas em
regiões litorâneas, são frescas e amenas. Assemelho estes ventos aos momentos
de paz, quando não há choro, angústias ou sofrer. Brisas são circunstâncias
prazerosas. É quando tudo parece em ordem, afinal, “o vento está a nosso
favor”.
Também
há ventos locais, que se deslocam do Noroeste do Brasil rumo ao Sudeste – podendo
soprar do Sul para o Centro-Oeste. Esses ventos são responsáveis pela dispersão
das chuvas. Eles proporcionam, no deserto do Saara, as famosas tempestades de
areia.
Sim,
na vida que nos acolhe, tais ventos nos remetem aos estorvos rotineiros. Como
uma crise conjugal, um desentendimento com o chefe, a perda de um emprego, a
ausência de um grande amor. Momentos árduos (e necessários), que nos fazem erguer
a cabeça e seguir em frente.
Finalmente,
temos os ventos perigosos, conhecidos pelos danos causados à sociedade. Posso
citar os furacões, tufões, tornados, entre outros. Uma vez, numa crônica,
Domingos Pellegrini disse que o vento é o suspiro do mundo. Em minha opinião,
um vento desse tipo é o suspiro de Deus, diante da humanidade. Até que não
seria ruim se um visitante estrangeiro varresse os ratos que roem a nação sem
piedade.
Mas,
na verdade, o tipo de vento não importa. Somos, nessa vida, como folhas: ora
secas, ora verdes. Por um momento, estamos deslocados – como barquinhos de
papel. Podemos desbravar as ondas e enfrentar ventanias. O fato é que os ventos
sempre circularão entre nós; carregando sonhos, pesadelos, amores, desilusões. E
levando, para algum lugar, nossas palavras.
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