Por Denise Fernandes
Sim, espero
o movimento dos planetas com a cuidada paciência de tantos anos. Sentinela do
profundo. Por hábito, interesse ou alma; sempre em busca de algum mistério. Ou
sendo buscada, tomada, raptada da minha sensatez por outra agonia ou segredo.
Será que, depois da morte, descobre-se mesmo as omissões? Será outro purgatório
o som das palavras não-ditas? Tudo que sei é que sofri e ninguém soube. Além disso,
eu não fiquei sabendo de muitas coisas daqueles que amo, daqueles que
desconheço. Será que, depois do final, desejaremos outro fim? Lembro-me de um
professor de redação. Evite as interrogações, Denise... Mas, e se elas não me
evitam, professor? Elas me acordam à noite, como os miados fortes da gata que
enlouqueceu.
Sim, o
livro morno está sobre a mesa, quente de vontades, de palavras vividas e
sentidas.
Hoje
acordei com vontade de mudar, e mudei. Quanto mais me desconheço, mais me
entendo.
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