Por Daniella
Caruso Gandra
Seguro as pontas do lado de cá pro nosso laço não emaranhar, ouvindo
blues no frescor da brisa que me invade pela fresta à direita, mas burburinhos
ao longe e risos infantis destoam a monotonia que me induz nesse cio privado a
que me impus, enquanto dispo meus pensamentos, dissecando com a boca a tamanha
vontade que se insinua, seresteira, bombeando os ritmos que me inclinam na
lembrança...
De repente, num lampejo, imagino um gesto licencioso e concedido quando
entreaberta a casca, lentamente, sem a sela a encobrir, o desejo dispara feito
cascata, sorvendo e protelando na ressalva, simulo então as notas desse blues
que tortura a minha veia já convencida da ilusão perversa que não vingou, e falo baixinho tolices de
um jeito zureta, já estendida sobre mim mesma...
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