Eu sou da cor preta em
meio à zona branca
E apareço como agulha no
palheiro quando lá estou
Porque escureço a visão da
pré-noção que ofusca a razão
E com a força de
antepassados, cinjo o futuro dizendo mais sim que não.
Pareço longevo para os de
visão curta
Mas sou veterano na vida
Então atuo como um calouro
Pra fascinar nesta arena como
um touro
Gente cuja semente morre
aos poucos.
A minha excentricidade é
evidente
E dessa condição sou bem
mais aplicado que muita gente
Jaz em mim um feroz
espírito que anseia
Que precisa ser inserido,
incluído
Num mundo ainda insciente,
mas sou paciente.
Julgada como ovelha
desgarrada só porque já sou emancipada
Despadronizada, levo a
vida de um jeito leve e despachado
Muitas vezes prefiro o breve
ao tratado, e aí eles me ultrajam.
Tão dona de mim, limito-me
a classificar quem quer que seja
E nem perco tempo ou me
excedo com boçais de cérebro pequeno.
Perguntam-me se sou
passivo ou ativo?
Não me acho tão óbvio, e
nem inacessível
Brinco que sou cometido,
metido e primitivo
Faço de tudo um pouco, e à
minha semelhança me rendo
Afetivo, convencido e
humanamente agradecido pela convicção
De quão é intensa minha
jubilação!
Vim de outra região, e não
de outro planeta
Manifesto-me com nobreza,
enquanto você me sacaneia
Tenho dó de sua aversão,
prego para que se cure
Sua alienação é só uma
opção, mas ainda índice de tolice elevada
Porém, não me estresso não
Vou tolerá-lo como a um
irmão.
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