sexta-feira, 30 de março de 2012

Surdez Urbana II

Por Sérgio Bernardo


A pomba esbarra no automóvel,

o alarme dispara,

é o medo de uma perda que rompe

o silêncio do bairro.


Ninguém aparece

para calar o grito artificial.


Acostumada aos ruídos do universo,

a pomba descome todo o milho do almoço,

tranquila,

sobre o capô vermelho.

Um comentário :