Por Denise Fernandes
No mês do cachorro louco
percebemos mais nosso amor
pelos animais, nossos iguais,
e talvez sonhamos mais.
Há um ninho um pelo de bicho
uma fotografia em que eu não lembrava
que estava.
Alguém trouxe uma garrafa de vinho
ao mês do desgosto sobrevivemos
com filosofia na varanda, alguns
medos novos.
Tanto eu não sabia que agosto me pega
sem preparo guarda-chuva e roupa certa.
Meio cachorra meio gata meio bicho
dentro de um extra-terrestre
com cara de gente, me desespero quase sempre
em agosto: alguém que gosto e morreu,
algo que me faz mais frágil do que gostaria.
As cartas do passado que guardo,
meus discos vinis,
o buraco negro da minha casa onde se escondem
os pares de meia, as colherinhas e alguns isqueiros,
tudo isso é agosto.
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