Por Alex Constantino
Tenho uma ideia um pouco diferente a respeito da leitura, ou melhor, um pouco mais ampla do que aquela em que normalmente se manifesta. Acredito que não seja uma concepção original, mas confesso que não me preocupei em verificar se existe algum fundamento teórico a endossá-la.
De todo modo, é comum restringirmos o significado da leitura à atividade de buscar sentidos quando a comunicação entre sujeitos se dá através da linguagem escrita. Mas se pensarmos melhor, esse é um conceito muito restrito, isso porque existem outras linguagens que podem intermediar essa comunicação.
Aliás, penso que o que distingue - e confere autonomia - a cada forma de expressão artística é, exatamente, a existência de uma linguagem que lhe é própria.
Assim, se a leitura é a busca de sentidos na comunicação realizada por sujeitos intermediados pela linguagem, qualquer forma de arte pode ser lida. Além disso, poder-se-ia dizer que é bem diferente, por exemplo, assistir a um filme e ler um filme porque a última atividade pressupõe um comportamento ativo tentando decodificar a mensagem (ideia) transmitida através da linguagem empregada. Do mesmo modo pode acontecer em relação ao teatro, dança, música, contação de histórias etc.
E tal concepção do ato de ler não fica adstrita às artes, pois onde houver uma linguagem a serviço da comunicação de ideias haverá leitura. Daí que podemos realizar uma leitura corporal das pessoas, da sua visão de mundo e por aí vai.
É por isso que quando me perguntam o que mais gosto de fazer respondo sem titubear: ler!
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