quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sebos

Por Fabio Ramos


A menos que a rinite ataque, caçar livro em sebos é sinônimo de diversão. Quem resiste ao impulso da compra quando avista tais ambientes abafados e empoeirados? Mesmo não querendo, sou compelido a sair do local carregando vários exemplares.

Isso gera dois problemas: primeiro, a falta de espaço e, segundo, a falta de tempo. Quisera eu ter onde colocar todas as obras que adquiro! Este cotidiano agitado – no qual estamos inseridos – prejudica o rendimento da nossa leitura. A pilha de livros me esperando, contudo, não para de crescer.

Nos sebos tradicionais do centro da cidade, será difícil encontrar barganhas. Muitas vezes, é preferível obter uma edição nova numa livraria qualquer... O oposto acontece precisamente nos sebos de bairro; pois seus donos não querem obras encalhadas na estante. Então, o preço costuma ser bem mais atrativo.

Outro lugar muito bom para conseguir livros baratos é em bazares beneficentes e liquidações do tipo “família vende tudo”. Só para citar minhas últimas aquisições, comprei por mixaria obras de autores tão díspares – e geniais – quanto Dyonelio Machado, Paulo Leminski, Manoel de Barros, Julio Cortázar, Cacaso, Ferreira Gullar e até uma cópia em inglês de “Universo em Desencanto” (Universe in Disenchantment), da Cultura Racional!

Nesses locais, é preciso ter paciência para vasculhar. De um modo geral, os livros são acondicionados sem a menor organização (seja ela alfabética, de gêneros semelhantes etc.). Alguns espirros são inevitáveis e suas mãos ficam imundas ao final do processo. Mas, para leitores compulsivos como eu, a recompensa vale a pena.

Em comparação com as livrarias tradicionais, o acervo de sebos e bazares é mais abrangente. Nas megastores, só conseguimos clássicos com saída garantida e best-sellers do momento (comumente vendidos a preços proibitivos). Sabendo o que procurar, gratas surpresas poderão te esperar naquele sebo da esquina que você nunca explorou.

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