segunda-feira, 11 de maio de 2020

mulher de pedra 2

Por Ana Paula Perissé




névoa cedo
desfigura-se assim
em paleta intensa de rubro.


vestida cedo
madruga sóis
em cores essenciais:


e como se fosse algo de terra,
cedo se refaz
enluarada
o róseo da mulher imaterial,
que me deixou.


altitude densa, porém.
despencam amanheceres
imóvel, sem enigma.


explícita. (deitada e nua
libido de céu,
era minha mulher)


Já é tarde.

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