domingo, 17 de maio de 2020

De endereço novo

Por Oswaldo Antônio Begiato




No fim da rua,
passando a quitanda,
há uma casinha
branca,
de portas
e janelas azuis.
É ali. Entre sem bater.


No quarto
a cama com
lençol e colcha.
Foi Teresa quem lavou, passou,
bordou suas iniciais e
estendeu.


Faça nelas as dobras
que só seu corpo
sabe fazer
(e, entre as dobras,
esconda seu
perfume).


Fui logo ali,
com um canivete,
escrever nosso nome
no tronco daquela mangueira
(ladeado por um coração).


Quando eu chegar,
vou dar-lhe uma rosa vermelha,
deitar-me na cama
junto a teus pés
e em seguida morrer de amor.


Como sempre faço
quando mudo meu endereço
(você bem sabe disso)!

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