segunda-feira, 4 de maio de 2020

flor da lua em quarentena

Por Ana Paula Perissé




(ao amar entendi a que meu corpo serve,
aquele de mais ajuntado veio cá
a beirar minha pele
hoje, confinada)


quarentena.
pouco tempo tem
tua pele me interrogou
de quem seria meu rosto.


a memória já não se fazia palavra,
narrada em tom desaparecido,
lua que evanesce.


sem espelho, delimita o inédito
forma em corpo outro


já havia claustro
já havia vírus
já havia flor


antes do mundo mudar-se.

Nenhum comentário :

Postar um comentário