segunda-feira, 13 de abril de 2020

azul elíptico

Por Ana Paula Perissé


(Ao poeta dos lindos olhos azuis)


Dar-se ao olhar
e cada vez mais
e mais cansado
nocturnamente
para que o domínio do uso
do aqui e agora
transforme-se no imponderável
da liberdade insegura.


Dar-se ao olhar
azul
improvável
que escapa
da percepção passageira
azul-piscina
azul-turquesa
azul-paixão


mas qual nuance de azul?
(todas)


ou quiçá
um azul-cansado
de tanto ver-o-mundo
atravessado pelo porvir
da brisa fresca da madrugada


entrega de olhos
marejados de mundos


Dar-se ao olhar
ao Outro
livre
da-se ao olhar
sem ter
sem querer ser
muito
nu


dar-se ao Outro
em azul

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