sábado, 8 de julho de 2017

Visitante

Por Meriam Lazaro




Veio a Morte o visitar!
Não tinha a face medonha
Que fala a gente tristonha.
Ao contrário, em seu olhar,
Compaixão pode atestar,
Por sua infinita paciência,
Mar de amor e complacência.
Irradiava uma luz
Que ao cristão trouxe a Cruz,
Bel madeiro de inocência.


Tomou-lhe um medo audaz,
Enraizado na dor,
Que o fez pedir, por favor,
Que o levasse em paz
E aos seus, nunca, jamais,
Causasse o mesmo tormento!
Penitência e sofrimento
Só a ele caberia.
Findasse esse longo dia...
Aos pés do Cristo, o alento!


Foi assim que, do sofrer,
A figura altaneira
Disse ser só Mensageira,
Do nascer até o morrer,
Não lhe cabendo escolher
Quando é chegado o instante
Que, da Terra, o visitante
Levaria, enfim, em voo.
Depois disso o abençoou,
Para seguir adiante!

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