domingo, 23 de julho de 2017

Avesso

Por Oswaldo Antônio Begiato




Sou teu avesso.
Há sempre em ti um riso
escandaloso,
que afaga meu choro
acanhado,
um alongar-se
que me abre os estreitamentos.
Sou sempre anulares
e tu, aliança eterna.
Tens um coração
que se mantém atento
e não esquece meiguices,
o meu carente
e cheio de calos
de tanto bater em falso.
E por isso te amo
e te amo até me doer
a raiz dos cabelos.
Mas mais do que te amar,
amo-te quando me falas
que me amas.


E eu sei que é tudo mentira.

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