Por Meriam Lazaro
O título é uma “roubadinha” de “Precisamos falar sobre
Kevin” – filme (já assistido) baseado no livro (ainda não lido) de Lionel
Shiver. Narra a história de um adolescente, assassino em série, sob o ponto de
vista de sua mãe. Embora estranhasse o comportamento da criança, desde pequena,
ela não conseguia falar a respeito com o pai, e nem fazer nada para mudar o
rumo sinistro da história do filho.
Disse
“roubadinha” porque assisti à panaceia no domingo passado. Pareceu-me que
o furto, quando “institucionalizado”, não é crime grave (e nem pecado, pois
Deus foi citado pelos meliantes). Quem não estiver lembrado, veja o discurso do
autor do Processo de Impedimento para constatar que “por dinheiro no bolso,
furtar um pedaço de dinheiro” não é nada, se comparado a surrupiar a esperança
e expectativa de futuro.
O
furto institucionalizado é também conhecido como corrupção, mas se isso não é
tão grave, nas palavras do Dr. Miguel Reale Júnior, deduzo que o Malvado
Favorito de muitos não sofrerá qualquer sanção por ter contas na Suíça. Na
verdade, esse senhor – que nem merece ser citado aqui – foi processado por ocultar
a posse de dinheiro na Suíça; mentira facilmente perdoável porque ninguém é
obrigado a criar prova contra si. Além disso, para inúmeras colunas vertebrais
marchando por aí, ele devolveu a esperança verde e amarela.
Mas
quem será Dodô? Dodô era uma ave, hoje extinta, que aparece nas aventuras de “Alice
no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll. O título deste texto poderia ser
“Precisamos falar sobre voto vencido”.
Já
que estamos tão internacionais, eu proponho (num arroubo de desesperança) que o
voto passe a ser facultativo para toda a população; e não apenas para idosos,
analfabetos e jovens entre 16 e 18 anos. Se a representação política é uma
falácia, nem precisaríamos ir às urnas para votar em branco e/ou anular o voto.
E que ninguém me venha falar que, com isso, estaríamos abrindo mão da
democracia sem explicar, muito bem, o que está dizendo! Que Democracia? Aquela
que está indo para o ralo para metade da nação de voto vencido? Ou aquela que
ressurge, clandestinamente, naquele país que passou a ser chamado, lá fora, de
Republiqueta das Bananas?
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