Por Mayanna Velame
É
inevitável: todos sentem dor no coração quando o tema é ausência. Dia após dia,
cedo ou tarde, nós teremos que nos deparar com ela.
Ausência
não é somente a falta de algo e/ou de alguém. Ausência é dor. É ferida que abre
e, de vez em quando, volta a arder. Ausência é um hiato na alma. Ausência é
saudade latente.
Mas
a perda faz parte da vida. E a ausência se manifesta nos momentos em que nossa
memória recorda o beijo nunca mais sentido. No companheirismo do amigo que
mudou de cidade. A ausência está fragmentada naquele animalzinho de estimação (que,
infelizmente, partiu para o andar de cima).
Toda
ausência é cortante. Espada de lâminas afiadas. Mesmo com o passar do tempo, ainda
assim, haverá um vazio. É a falta daquilo que um dia foi só nosso; como tesouro
guardado no baú do coração.
Não
tem jeito! Sentiremos a ausência, pois ela se manifesta no paladar, no tato, na
visão, no cheiro, na audição. Ela reside encravada em nós. É parte indivisível
da alma. E é por isso que somos tão subordinados a ela. A ponto de sofrermos
pelas lacunas que nos são ofertadas.
Pessoas
vêm e vão em nossas vidas. Deixam conosco seu abraço, seu falar. Pessoas
generosas, geralmente, vão embora cedo. São passageiras, porque precisam fazer
bondades para outras criaturas.
Parece que nada levamos daqui. No entanto, da efêmera jornada mundana, deixamos
rastros pelo caminho. Escrevemos nossa história com tintas
coloridas. Ou não. Provamos, comemos, bebemos. Somos odiados e amados. E num
sopro irreversível do destino, nos tornamos ausência na vida de alguém.
Nenhum comentário :
Postar um comentário