sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Ausência

Por Mayanna Velame




É inevitável: todos sentem dor no coração quando o tema é ausência. Dia após dia, cedo ou tarde, nós teremos que nos deparar com ela.


Ausência não é somente a falta de algo e/ou de alguém. Ausência é dor. É ferida que abre e, de vez em quando, volta a arder. Ausência é um hiato na alma. Ausência é saudade latente.


Mas a perda faz parte da vida. E a ausência se manifesta nos momentos em que nossa memória recorda o beijo nunca mais sentido. No companheirismo do amigo que mudou de cidade. A ausência está fragmentada naquele animalzinho de estimação (que, infelizmente, partiu para o andar de cima).


Toda ausência é cortante. Espada de lâminas afiadas. Mesmo com o passar do tempo, ainda assim, haverá um vazio. É a falta daquilo que um dia foi só nosso; como tesouro guardado no baú do coração.


Não tem jeito! Sentiremos a ausência, pois ela se manifesta no paladar, no tato, na visão, no cheiro, na audição. Ela reside encravada em nós. É parte indivisível da alma. E é por isso que somos tão subordinados a ela. A ponto de sofrermos pelas lacunas que nos são ofertadas.


Pessoas vêm e vão em nossas vidas. Deixam conosco seu abraço, seu falar. Pessoas generosas, geralmente, vão embora cedo. São passageiras, porque precisam fazer bondades para outras criaturas.


Parece que nada levamos daqui. No entanto, da efêmera jornada mundana, deixamos rastros pelo caminho. Escrevemos nossa história com tintas coloridas. Ou não. Provamos, comemos, bebemos. Somos odiados e amados. E num sopro irreversível do destino, nos tornamos ausência na vida de alguém.

Nenhum comentário :

Postar um comentário