Por Mayanna Velame
“Recomeçar é mais
difícil que começar”. Foi com essas palavras, ditas durante uma palestra, que
minha mente ficou a refletir a respeito da vida. Todos dizem que, no início de
um novo ano, temos o direito de recomeçar. Então elaboramos, recriamos e
planejamos aquilo que não conquistamos anteriormente.
Quando uma casa é
construída, seus alicerces e pilares são muito bem fundamentados. Para
reconstruí-la, no entanto, precisamos demoli-la, retirar o entulho, pedras e
cascalhos, para assim começarmos o processo de edificação.
Se para refazer uma
moradia de concreto, areia, tijolos e cimento já é difícil e trabalhoso,
imagine para nós, seres humanos – arquitetados e tecidos por emoções,
sentimentos, razões, medos e desejos.
Recomeçar a vida, seja
em qualquer nuance, exige de nós humildade e reconhecimento. Os erros
cometidos, as falhas não revistas, a ansiedade ferina são ingredientes que
formam, na maioria das vezes, o nosso fracasso.
Nos momentos que
recomeçamos, estamos dando uma nova chance para nós mesmos. Chance de mudarmos
o curso de nossos sonhos, da nossa história. Nem sempre acertamos o alvo na primeira
tentativa. Ninguém aprende a ler sem antes reconhecer as letras, as sílabas que
formam as palavras.
Tropeçar, cair e
levantar são verbos imprescindíveis para todo tipo de aprendizado que passamos
e passaremos (enquanto tivermos vida). Desilusões amorosas não significam que
devemos parar de amar. Da mesma forma que originais, negados pelas editoras,
não decretam a desistência de escrever.
Nossa vida é mesclada
por começos e recomeços. Encontros e desencontros, chegadas e partidas. O ciclo
da existência humana se repete sempre. Mas as nossas atitudes e convicções
devem também ser as mesmas? A vida é um poema de estrofes, com versos
inacabados.
Nenhum comentário :
Postar um comentário