Por Fabio Ramos
Seguia-se o costumeiro ritual:
Os sulcos do vinil recebiam o afago
de uma flanela macia;
livrando-os de qualquer sujeira
que atrapalhasse a reprodução.
A agulha da vitrola também era limpa.
* * *
Mono ou stereo.
Sete, dez ou doze polegadas.
33 ou 45 rotações por minuto.
Isso pouco importava!
A música chegava aos nossos ouvidos
potente, clara, encorpada.
O Lado A acabou? Vire o disco
manualmente e execute o Lado B.
* * *
As horas voavam ao som
da trilha-sonora do momento.
Acompanhar as letras das canções
no encarte? Arte gráfica primorosa?
Sim, sim. A possibilidade existia.
Quando um amigo adquiria um novo LP,
o alvoroço estava formado:
logo conseguíamos uma fita-cassete
para providenciar a devida cópia.
* * *
Em casa, ouvia-se de tudo
no invejado National 3 em 1.
Raulzito foi o gatilho do revólver.
Luiz Gonzaga, Bob Marley e Ratos de Porão
ecoavam nos mesmos alto-falantes...
A turminha da várzea ficava entediada!
Cara quanta riqueza de detalhes, eu me vi no passado com os meus amigos de banda, mesmo na era do CD nos comprava vinil na galeria do rock. Isso tem mais ou menos uns 10 anos por alguns segundos me vi sentado bebendo vinho e comentando os destalhes das músicas e tudo mais foi muito bom. Parabéns seu texto é foda.
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