Por Fabio Ramos
O mercado fonográfico mundial vive um período de transformações radicais. Enquanto a existência do CD físico é questionada (graças à proliferação dos downloads legais e ilegais), multinacionais como Warner e EMI são vendidas no atacado.
Se soubesse o que estava por vir, ainda na década de 1990, a indústria jamais teria insistido na propagação do compact disc. Com o Napster no ar – e a consequente criação do formato MP3 –, o mercado fonográfico perdeu a hegemonia e o monopólio de outrora.
Na contramão tecnológica, as grandes gravadoras só reagem ao propor novas formas de criminalizar aqueles que disponibilizam e baixam arquivos na rede. O poder foi transferido para as mãos do ouvinte que, agora, através da internet, consome música de uma maneira rápida e, muitas vezes, gratuita. A questão de implementar um preço mais atrativo, todavia, segue indefinida.
É notório que arquivos em MP3 de 4 ou 5 mega não satisfazem a excelência sonora dos “antiquados” discos em vinil. Uma tendência que aponta no exterior (e que, pouco a pouco, vem ganhando terreno por aqui também), é a volta dos LPs. Mais do que um artigo de colecionador e de DJs, inúmeros álbuns vêm sendo lançados no formato.
E até a gravação digital é colocada em dúvida. Recentemente, o Foo Fighters registrou o elogiado “Wasting Light” na garagem de Dave Grohl; utilizando equipamentos analógicos. O avanço tecnológico atual permite ao artista gravar sua música em casa – emulando a qualidade sonora do passado – e o resultado, altamente profissional, é lançado em vinil.
No Brasil, a única fábrica de LPs (a Polysom, localizada em Belford Roxo, Rio de Janeiro) foi reativada em 2010. O selo Monstro Discos, de Brasília, é um exemplo de companhia que batalha pelo retorno do vinil; ao fomentar o lançamento dos saudosos compactos de duas faixas. A gravadora Deckdisc é outra que vem colocando à disposição do mercado brasileiro LPs de nomes como Pitty, Nação Zumbi e Fernanda Takai. Mesmo as majors Sony e EMI já estão reeditando seus discos de catálogo.
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