sexta-feira, 7 de maio de 2021

Por favor, ensina-me a amar!

Por Mayanna Velame




Venha. Anoitece agora. O Sol se despede do Ocidente, para despertar do outro lado do mundo - e queimar os corações vazios. Rezo uma oração quando você se encolhe em meus braços curtos e quentes. Aperto-te forte, para que esqueça das feridas sobre tua pele já cansada.


Então, venha! Não temos muito tempo. Enquanto ele se distrai com o balé das horas, permaneço aqui contigo; nessa luta que é viver. Devemos abraçar tudo aquilo que nos é permitido, como se fosse nossa última e única missão.


Por favor, venha! Agora assistimos ao nascimento das joias de Deus, a despontar no horizonte. Veja o formato delas. Como cintilam e piscam, conforme o ritmo que mais lhes agrada. Por isso, venha! Não há fuso horário, linhas ou meridianos que nos separem. Dos traços imaginários, prometo desenhar uma ponte que sirva de passagem para nossa união: o amor.


Venha, porque, das dores, amorteço a certeza. O amanhã é uma folha em branco, que logo será rabiscada com letras tortas, lineares, ou versos datilografados de um talvez.... Então, venha! Porque a vida, meu amor, é o sopro do vento. A neblina da manhã, a chuva de verão, o sorriso roubado e o beijo sonhado. Venha, porque não podemos desprezar os gestos de amor (e muito menos a Lua, que belisca as pontas do teu telhado).


Venha, segure firme! Você sabe que o tempo é o mestre dos ponteiros. Já o relógio, é apenas seu subordinado. Portanto, venha! Entre o ontem e o amanhã, o agora é um tesouro na mão dos que amam - até nos instantes finais dessa epopeia, que singularmente nos abraça.


Amor, venha! Amanhece agora. O orvalho umedece teu coração fadigado. Daqui a pouco, o Sol surgirá imponente para encorajar homens e mulheres. Ele queimará nossas tristezas e aquecerá nossas alegrias. Venha. E se, algum dia, meteoros caírem sobre nós... Eu e você seremos fragmentos estrelares, a divagar pelo universo.

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