sábado, 15 de junho de 2019

Ao pôr-do-sol

Por Meriam Lazaro




Nuvens porosas contra o céu azul
desenhadas com lápis grosso
de letra parada.
Outras nuvens ralas,
de escritura fina,
seguem com o minuano em disparada.
Camadas de céu,
frestas de sol,
coral do entardecer, que cedo vem.
Pinheiros despertam
após a chuva de pedras
que embranqueceu
o parapeito da janela e o jardim.
Asas renovadas fazem festa!
Seres tão vivos
nos galhos da paineira inda desnuda.
Em algum lugar ao longe,
nesta cinzenta primavera,
aviões imitam passarinhos.
Quisera, rosa meditativa, poder voar assim.

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